- Morre! Morre!
E a peixeira cortou o ar duas vezes. O som feito por ela foi tão bonito que se o grito de dor não o tivesse interrompido, algum maestro que por alí passasse ia querer esse instrumento para sua orquestra.
O corpo caminhou gemendo alguns passos, até cair na terra. Ainda apegado a vida que se esvaia, o corpo rastejava e perdia a noção do mundo... as imagens giravam e assim se misturavam umas as outras. O corpo ainda ouviu os passos de seu algoz tomando
distância. Não viu para onde ele foi, mas isso não ia fazer muita diferença em seu atual estado. E o corpo gastou suas últimas forças antes de mergulhar na imensidão da inconsciência em um pensamento.
- Se ao menos eu fosse tão inteligente como aquele curador do livro de Dan Br...
E a chama da vida tentava abandonar o corpo que para ainda ter alguma chance abandonou todas as outras atividades para se dedicar a impedir isso.


C.S.I. Salgueiro

(Continua...)

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