NÃO GOSTAVA NEM DE CAVALO NEM DE BOI 1 - Fliperamas

Por Leotets

Em Salgueiro existia uma coisa meio que de campo na cidade quando éramos crianças. Enquanto a gente via filme, jogava vídeo game e brincava na rua como as outras crianças, tinham aqueles que preferiam bois e cavalos. Tudo bem, estes eram os normais. Mas em meio a uma massa de crianças e adolescentes que além de tudo “gostavam do que fazia sucesso” (ouvi isso uma vez), existia outro grupo que gostava de quadrinhos e que preferiam às séries japonesas e animes ao invés da sessão da tarde (embora que nem sempre, vai!). Nerds no meio do mainstream, pessoas com opiniões diferentes em meio àquelas que aderiam ao pensamento mais comum. Esta que é a primeira parte de uma série sobre o meio nerd, o qual sempre me identifiquei e que agora é modinha, desde quando Steve Jobs, Bill Gates, Mark Zukerberg e tantos outros se tornaram Empresários Popstar e criadores de uma nova economia que surge (mas este último ponto fica para o final!).
Primeiro fatal feito no rocinha
GAMEMANIACOS

Bem antes de internet ou mesmo dos controles modelo joystick, os videogames sempre foram ovacionados na cidade. Sempre existiu alguém por aqui que tinha um Atari,  um Master System ou um NES ou mesmo o lendário e precursor Odisey. As três primeiras gerações dos videogames aqui coexistiam.
Joguei muito num bicho desses!
Como não tínhamos, nos idos dos anos 80, contato fácil com outros centros Nerds  - assim como qualquer lugar do mundo pela inexistência da internet - inventávamos nosso próprio vocabulário: os manches do Atari eram chamados "marchas", terminar o jogo era virar ou zerar a fita, quando um jogo travava ele dava pau ou tilt na máquina.

Quem não lembra (os mais velhos, pelo menos rsrs!) do Video Play que ficava no antigo Rocinha? Vários arcades de grande sucesso circularam por lá em meio à loucura da galera. E-Swat, Golden Axe, Robocop (meu preferido) e acima de todos: O primeiro Mortal Kombat! (não falaremos aqui no Street Fighter II que bombou muito tempo lá, mas a febre foi maior no SNES) O game sangrento fez furor entre os jovens da cidade quando surgiu o primeiro Fatality (o de Scorpion) principalmente quando executado no The Pit: o personagem caia, se prendia nun gancho, junto com pessoas mortas “previamente” dependuradas lá. Loucura completa para os nossos nerds da época! O sistema do Videoplay não era o de fichas, muito menos cartão: você tinha de pagar para o atendente liberar a jogada com uns botões com chave que ficavam no balcão. Tinha aquela imagem imensa declinada no teto de um punk e aquela escada misteriosa em espiral que levava ao andar de cima – todo mundo tinha curiosidade de saber como era lá. Isso foi pelos idos de 1991/1992.
Joguei mais ainda num desses aqui!
Mas se engana quem pensa que a primeira aparição dos arcades por estas bandas foi ali... No final da década de 80 tivemos nosso primeiro “point” exclusivo para gamemaniacos. Alguém que saiba do nome da loja coloque em comentários, mas lembro do que havia por lá: vários arcades (verdadeiros também) de jogos como Altered Beast, Ghouls n’ Gosts e o máximo da crueldade: Pit Fighter (muito bom!!).  Além desses existia um simulador de formula 1 (não sei se Mônaco GP...) que tinha cabine, além dos velhos e ótimos Pimballs!!!! Era ficha demais pra pouco dinheiro Rrsrs!!

Poucas foram as lojas de arcades que apareceram por aqui depois destes. Por questões de custo/benefício, surgiram as locadoras de videogame que dominaram aqui na época dos 8 e 16 bits.  Como foram muitas lojas, fica difícil citar todas aqui, mas como homenagem à época, lembro dos dois principais até então: Dona Delma e Dorge/Vadinho. Era mistura de Master system, Megadrive (em dorge/vadinho era um Sega Genesis mesmo!), NES e Supernintendo. Sem contar a aposta de Dona Delma – O Neo Geo, feitos com placas de arcades e jogos da SNK. Campeonatos de Samurai Showdown, Final Fighters ou Mortal Kombat mesmo (quando saiu noaegadrive) em dona Delma e de Street Fighter II em Dorge, que duravam as vezes um fim de semana inteiro com aficcionados se digladiando virtualmente e fazendo tanta algazarra que chamava a atenção das pessoas que iam para a feira livre kkkkk. Além de tudo teve a febre dos RPGs (tipo Final Fantasy). Estes estavam em alta, aqui e no mundo inteiro e nas locadoras faziam todo mundo brigar por uma memória.
Agora aqui eu me garantia! Quem lembrar o nome desse jogo não ganha nada!
Todos os centavos que tínhamos evaporavam nos consoles destas lojas ou mesmo fazendo locações. Amizades de longa data surgiram ali, turmas que consumiam revistas voltadas para o nicho na banca da Bia (quando o malote atrasava, inclusive, o pessoal ia lá buscar no armazém da progresso). Todos consumidores da Gamepower, Supergame (ou supergamepower quando a empresa uniu as duas) ou ainda a Ação games: surgiam altas discussões nerds a partir disso, muitas  vezes usando termos que não se entendia, ou apenas vagamente.

Outros em seguida apareceram: Marcio, Aldo/Evandro, Maruzan, Jairo... dentre outros não menos importantes, trouxeram consigo outras gerações de videogames: o 3DO, Saturn, os primeiros Playstations, Xbox e por ai vai.
Essa é pra se emocionar
Com a internet, as locadoras de games deixaram aos poucos o cenário e foram substituídas pelas Lan Houses, embora algumas ainda mantenham videogames. Mas sempre tem um gamemaniaco rondando e se agregando em turmas sempre expressivas, mas que não se resumem ao gosto pelos games, mas ao mundo Nerd e sua cultura pop como um todo. Aguardem que em breve falaremos de outras vertentes do mundo nerd.

Leotets era "partidário" da SEGA contra a Nintendo, até o dia em que sua empresa de paixão quebrou e passou a licenciar jogos para..... Nintendo... Pffff!!

6 comentários:

Diego Leite (Flammerzito) disse...

Sobre a SEGA quebrar, eu esperava isso desde a época que começou a sair a serie Shenmue (2000) para Dreamcast. O jogo era pretensioso demais e pelo que as revistas de games diziam, custou uns 50 milhões pra produzir. Certo que hoje em dia tem jogos muito mais custeados, porem na época isso era grana demais para só um jogo. Era prometida uma serie com 12 episodios, e o segundo foi o que terminou de falir a sega de vez. 70 milhões. Como é de se esperar, o projeto foi o tiro no escuro mais caro de todas as gerações de video-game, falindo a SEGA como desenvolvedora de consoles e passando apenas para produção e distribuição de jogos.
Triste fim.

Raquel Rocha disse...

Mainha odiava tudo isso! Foi uma fase difícil lá em casa. rsrsrsrsrsrs

Calleb disse...

Quando eu era pirralho essa loja na rocinha já tinha virado uma locadora de VHS!

Mas aqui na bomba, tinha a casa de Vina, com Super Nintendos e logo depois Playstation. Passava várias horas do dia lá... tempo bom. Logo depois apareceu João Diego que não lembro quanto tempo durou, mas passava muito tempo lá também hauhauhauha

E tinha também Graça, perto da biblioteca (não sei se ainda tá funcionando hoje, nunca mais andei por aquelas bandas).

Leotets disse...

Eita, tempo bom aquele viu! rsrs torcia feito um looser, minha velha também brigava comigo pq teimava demais mas curti todas as locadoras que existiam. fiz e tenho muitos amigos dali!! ^^

Kayo Vinicius disse...

Ahhhh.... Você esqueceu que na esquina da Francisco Correia, durante algum tempo, abriram um video game onde hoje em dia é a casa de Patrick. Lembro que na época, (posso está enganado) mas acho que era de Rafel Tobias. Foi na época do futebol do super nitendo (CAMPEONATO BRASILEIRO) rsrsrs... até o Play I.

Leotets disse...

Mais homi, foi mesmo rrs quase na porta de casa haauahhauaaah!!