Sertão Central de distorções, tablets e seca

Estamos enfrentando um novo período de seca. Em cerca de três anos as chuvas não vem caindo com tanta frequência na região, de modo que plantações inteiras já estão comprometidas e enfrentamos uma seca verde. No São João, festa típica da nossa região como todos sabem, não teremos (tristemente...) muitas comidas a base de milho com o produto local. No máximo teremos apenas algumas espigas michas... Ruim para nossa economia, péssimo para nossos agricultores que ainda assistem o gado morrendo de sede... Mas não falo aqui dos prejuízos que incomodam (estes doem no nosso sangue...).

O que me levou a escrever estas linhas é que teremos canjicas e bolos de milho, sim (embora sem tanto orgulho ...). Produtos industrializados existem pra quê? Dai me perguntam, e o dinheiro virá de onde? Certo, existem vários programas sociais, criados pelas diversas esferas governamentais (seguro safra, para quem perdeu o plantio; bolsa família para colocar crianças na escola e tantos outros) – mas isto, antes de tudo, é obrigação do estado prevista na constituição. Porém, este que vos escreve hoje poderia estar fazendo isso na zona rural, em meio à Caatinga, sem necessidade de comer cacto por passar sede ou ter filhos doentes sem cuidados contra verminoses.

Estamos no Sertão central, no ponto exato do chamado polígono da seca. Sem ufanismos, aqui temos água potável de qualidade vindos de “Chiquim” (velho Chico ou São Francisco! – água melhor que na maioria dos lugares por onde já viajei), bons e ótimos pontos de comércio, que nos fornecem vestimenta (não de couro apenas, mas de grife ou não!) e alimentação (nós não caçamos bicho da caatinga como na nossa pré-história, embora  muitos pensam que o fazemos rsrs). Certo, temos Coca-Cola (piada ultrapassada), operadoras de telefonia móvel e ainda tem alguns “amostrados” que usam seus “tabletes”, não de madeira e giz, mas sim tablets da mais alta tecnologia globalizada.
Alguns podem até dizer “esse ai é um filho de coronel metido a besta que acha que sabe escrever porque estudou a vida inteira em colégios caros da capital e voltou pra continuar seguindo a dinastia familiar” kkkkkkkkkkkk.
Retirado do Blog do Bruno Moraes
Existem muitos que ainda pensam como no século XIX, ou ao menos pensam que a gente está por lá. Isso pode ser o quê? Falta de conhecimento sobre nosso povo, foram induzidos a pensar assim ou preguiça de pesquisar mesmo?

Nossa região enfrenta uma série de problemas relativos à falta de abastecimento de água em determinados períodos do ano. Cabe ao povo cobrar a quem de direito (melhor, a quem de obrigação...). Existem também aqueles sem tanto dinheiro (claro... alô, aqui é o teu mesmo Brasil, gringo!), por falta de oportunidades no passado, mas que estão se encontrando como pessoas dignas. Mas ao contrário do que os desavisados possam imaginar, não somos uma população de analfabetos, ao contrário: Somos, em grande parte, pessoas intelectualmente bem preparadas, a partir da nossa própria estrutura regional (prazer e obrigado!) – embora alguns dos nossos tenham enfrentado os mesmos gargalos da estrutura educativa Brasileira, mas isto também vem mudando. Possuímos faculdades e universidades respeitadas em polos da região, e mesmo em cidades menores existem cursos à distância de nível.

Portanto, não estamos na Eupora ou US (hoje, graças a Deus rsrsr), mas estamos em uma região marcada por distorções que estão sendo superadas aos poucos. Alguma coisa aconteceu com as crises de seca (que não tem nada a ver com chuva). Elas hoje ainda assustam - mas não como antes.

Leotets estudou em tudo que é canto, de escolas públicas a particulares. o mais recente foi no campus da Universidade de Pernambuco em Salgueiro. Ele ainda pede paciência à instituição porque o TCC vai sair estes dias rsrsrs o/

2 comentários:

Simão Vieira de Mairins disse...

Salve, Léo!

Leotets disse...

E aew meu velho!