Lançamento do livro D.Gritos


Matéria por: Raquel Rocha



Na última sexta-feira (02/08), o bar Ponto de Encontro, em Salgueiro, recebeu Paulo César Gomes, autor do livro D. Gritos, do Sonho à Tragédia, para um lançamento local.




A publicação é o resultado de uma pesquisa sobre o grupo musical D. Gritos que, na década de 80, fez relativo sucesso em todo o território sertanejo de Pernambuco, alcançando, até, outros estados da região nordeste.



Rock. Muito rock na veia, com direito a tudo o que essa vertente musical traz consigo. Inclusive, tragédia. Não fui contemporânea dos rapazes, mas cresci ouvindo a história* do vocalista que morreu no palco, durante um show, por causa de um choque. Fiquei sabendo, no lançamento que o nome dele era Ricardo Rocha, que tinha poucos 23 anos e que era salgueirense, apesar da banda ser serratalhadense. Virou meio que o mártir do rock’n roll da região, seguindo a lista de pop stars como Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplim, Jimi Hendrix e tantos outros que tiveram uma vida de excessos e uma morte prematura, deixando um gostinho de quero mais.    




Tenho certeza que não é alucinação. Na minha infância, meus pais seguiam os trios elétricos nos Carnavais daqui da cidade e me levavam junto**. Eu juro que as bandas tocavam a música mais famosa desse grupo, ‘Escravos de Ninguém’, popularmente conhecida como ‘Porra’. De outra forma, de onde a conheceria?

A galera underground estava quase toda lá. Tanto a geração atual como também os fãs daqui, com seus quarenta e tantos, que conheceram, pessoalmente, o trabalho do D. Gritos.



Alguns integrantes, remanescentes, deram uma palhinha ao vivo. Tocaram uma só. Foi ‘Porra’. Mesmo assim, valeu o clima. Deu pra perceber, neles, um pouco da iconoclastia da juventude. Jovens que tinham como filosofia de vida, a intensidade das experiências, livres dos enquadramentos sociais.  Eram os escravos da liberdade.



O livro custa R$ 35,00.

Interessados podem procurar a fan page do grupo: https://www.facebook.com/livro.dgritos





Eu juro que tocavam essa música no trio elétrico, quando eu era criança: http://letras.mus.br/dgritos/1566120/

D.Gritos - Escravos de Ninguém (Porra)

Mayra, você foi tão malvada. Com uma música linda dessa eu casava na hora: http://letras.mus.br/dgritos/1566120/#selecoes/1716907/

D.Gritos - Loucos (Mayra)

*História com ‘h’ mesmo. Qualquer narrativa, verdadeira ou ficcional é história. Estória com ‘e’ foi um neologismo. Guimarães rosa utilizou em um dos seus livros significando ficção. No Aurélio só existe história. Nos dicionários portugueses, também. Qualquer pessoa pode criar um neologismo. Imagine se todo neologismo literário fosse para o dicionário.... O pior de tudo isso é que quando você escreve história com ‘h’ e não se refere à ciência ou à disciplina, sempre tem algum sabido que lhe corrige. Aí eu respiro fundo.



**Quando eu era criança, meus pais brincavam todos os Carnavais, impreterivelmente, e me levavam junto. Àquela época, aqui só havia trio elétrico em Salgueiro. Em um desses anos, houve um tiroteio na altura do Bradesco, pelas intermediações da padaria de Raimundo Peteca. Meus digníssimos progenitores saíram correndo e me deixaram sozinha no meio da multidão. Massa, né?



Nenhum comentário: